Gruas e guindastes estão entre as máquinas de grande porte que devem ter a atenção de gestores do setor quanto a necessidade de seguros específicos, bem como os equipamentos da linha amarela, como tratores, retroescavadeiras e outros.

O número de furtos e roubos de equipamentos da linha amarela causam certo espanto para quem não é deste nicho de mercado devido o porte das máquinas, porém é mais comum do que imaginam. Quadrilhas bem organizadas, especialistas neste tipo de atuação agem de maneira consideravelmente discreta. Conseguem agir de modo tão natural e silencioso que pessoas passam por momentos em que a ação está acontecendo sem que percebam o delito.

Os equipamentos de linha amarela têm um valor alto, tanto em sua totalidade quanto com relação as suas peças como por exemplo pneus, baterias e outros itens que podem ser retirados e vendidos separadamente. Os furtos e roubos desses equipamentos se dividem em duas frentes: desmontar e vender as peças e, o mais comum, usar a máquina em outro Estado, distante de onde originalmente estava.

Porque fazer um seguro de máquinas e equipamentos da linha amarela

De acordo com o diretor de transporte, sinistro e planejamento estratégico da seguradora Sompo, os furtos e roubos representam mais de 20% das indenizações pagas aos segurados. Em 2017 o valor indenizatório chegou a quase R$ 375 milhões.

No caso de gruas e guindastes a preocupação em fazer o seguro está relacionado a casos de acidentes e indenizações. Diante do tamanho e peso, que dificultam a fuga e chamam mais atenção, não há registros de ação de furto e roubo.

Em maio de 2019 uma construtora foi condenada a indenizar em quase R$ 3 milhões trabalhadores vítimas de um acidente, após o desabamento de uma grua.

Dicas para diminuir os riscos de furtos e roubos

Para reduzir a vulnerabilidade dos equipamentos da linha amarela é fundamental tomar alguns cuidados. Muitas vezes, por diversas razões, inclusive de logística, os maquinários e equipamentos ficam “estacionado” nas obras entre um dia e outro… Por isso ações como retirar a bateria para que, por exemplo o motor não funcione, retirar fusíveis, instalar tecnologia de rastreamento, colocar travas elétricas, dispositivos que bloqueiam os pneus, entre outras, são medidas que certamente vão atrapalhar a operação das quadrilhas.

Outro ponto fundamental é pesquisar quem está contratando o serviço de aluguel das máquinas. E ainda, identificar o Registro Geral de Imóveis – RGI do terreno da obra em questão; caso o mesmo esteja em local considerado vulnerável e com pouca iluminação pública, outras medidas devem ser tomadas. Como por exemplo, maior rigor na portaria, instalação de câmeras de segurança na obra, cercas, entre outros. A contratação de segurança terceirizada também é uma medida que pode inclusive entrar no custo da prestação do serviço.

Como agem as quadrilhas especializadas em equipamentos da linha amarela

De modo geral as quadrilhas deste tipo de crime são muito bem organizadas e agem como especialistas. Com funções pré-estabelecidas, cada um tem uma função. Funciona como uma empresa.

• Diretoria – pessoas ou pessoa com firma aberta do mesmo segmento, para não levantar suspeita e que opera tanto com máquinas próprias quanto com equipamentos roubados. Em outras palavras, empresas de terraplanagem, locação ou vendas desses equipamentos, que atuam como “fachada”.
• Administrativo – uma pessoa para cuidar da parte de pesquisa. É este membro quem faz o filtro sobre empresas, máquinas, obras, locais, etc. Outra pessoa articula tudo o que for necessário para emissão dos documentos falsos do equipamento que será roubado.
• Operacional – assaltantes e, entre eles, pelo menos um especialista em constatar se há rastreadores e outros dispositivos na máquina e então desativá-lo.

Apesar de serem equipamentos grandes, com o vigilante rendido e silenciado, quem passa pelo local vê apenas um procedimento padrão de retirada de máquinas de uma obra.

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